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10 perguntas para Marcos Scaldelai, presidente da Bombril

Uma recente campanha publicitária da Bombril entrou na mira do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar). A peça “A mulher é diva, e o homem é diva-gar”, com Ivete Sangalo,  Dani Calabresa e Monica Iozzi, provocou intensos debates nas redes sociais, com muitos protestos de homens que se sentiram ofendidos. Para o presidente da Bombril, Marcos Scaldelai, o episódio acabou sendo positivo, pois muitos consumidores também saíram em defesa da marca. Ele falou à DINHEIRO.

A empresa esperava que a campanha pudesse ofender alguém?
A Bombril nunca teve intenção nenhuma de ofender nenhum homem. Nosso objetivo é, sim, mostrar o quanto a mulher é valorizada. A Bombril vende humor, como nas campanhas estreladas pelo Carlos Moreno, o Garoto Bombril. Nos três dias de maior repercussão nas redes sociais, revivemos o que aconteceu em 2011, quando lançamos essa campanha de valorização da mulher e percebemos o quanto este País é machista.

Por quê?
No anúncio do Dia da Doméstica, usamos a vencedora do concurso “A melhor doméstica do Brasil”.  Ela era negra. E não é que vieram em cima da gente? “Lá vem a Bombril com preconceito…” Pelo amor de Deus!!! A gente estava valorizando a mulher que ganhou o concurso.

A propagação na internet acirrou a polêmica com o Conar?
A internet, ao mesmo tempo em que ajuda muito, tem uma velocidade grande de reação contrária. Sempre tem os dois lados. A reação atual é benéfica para a gente. É quando a mulher sai em defesa da mudança. Por que ela pode aparecer de biquíni num comercial de cerveja?  E por que não pode brincar de dizer que o homem é diva-gar? Se o assunto fosse sério, a Fátima Bernardes estaria falando no comercial.

E como a empresa lidou com a polêmica?
Soube da manifestação do Conar pela imprensa. A reação é muito mais positiva do que negativa. Muitos homens saíram em defesa da Bombril, entendendo a brincadeira.

E qual será o procedimento junto ao Conar?
A gente vai fazer a nossa defesa, como já fizemos outras vezes. Vamos mostrar que a Bombril realmente valoriza a mulher. Nosso contexto é colocar a mulher em evidência. E a reação negativa por termos escolhido um caminho criativo não se justifica. O que reproduzimos é a brincadeira que acontece em churrasco, que acontece em discussão bem humorada entre homem e mulher. Nós não somos sexistas.

A Bombril não acha os homens devagar?
Não, a gente acha que a mulher tem muito mais atitude.

Quais são desafios da Bombril na era digital?
Não dá para rejuvenescer sem entrar de cabeça no mundo digital. A cada ano, aumentamos a proporção de investimento no meio digital. Nosso caminho não é apenas comunicar marca, mas  criar experiências com o consumidor. Não há exposição do produto nos projetos digitais.

Já existe uma próxima campanha da Bombril planejada?
Não, nós estamos com a campanha “Toda brasileira é uma Diva” no ar e vamos defendê-la. No mundo inteiro, o termo “diva” é conhecido pelo glamour de mulheres famosas. No Brasil, aprendemos que diva é uma mulher que pode ser sua mãe, sua tia, sua chefe. Uma mulher de atitude.

Como a companhia está enfrentando a crise na economia?
Adotamos embalagens maiores para melhorar o custo-benefício dos nossos produtos, de forma que o valor agregado deles seja percebido pelas consumidoras. Quando você perde poder de compra, a primeira coisa que  pensa é sair em busca de preços mais baixos.

E como ficam o faturamento e o lucro?
No primeiro semestre, tivemos um crescimento de quase 6% da receita bruta. Precisamos garantir as margens de lucro, que são pressionadas pelos aumentos dos custos das matérias primas e do dólar. Conseguimos reduzir nossas despesas comerciais e operacionais.